
Aeronave sobrevoou por algumas horas a costa da Venezuela nesta semana. (Foto: Airman 1st Class Victor J. Caputo/Força Aérea dos EUA/Wikimedia Commons)
Nesta quarta-feira (15), três bombardeiros estratégicos B-52H Stratofortress da Força Aérea dos Estados Unidos foram vistos próximos ao espaço aéreo da Venezuela, segundo o jornal Daily Mail, em meio à crescente tensão entre Washington e o regime de Nicolás Maduro.
A presença das aeronaves - capazes de transportar armamentos nucleares e convencionais - reforça o poder de dissuasão dos EUA no Caribe – onde, segundo a Casa Branca, militares americanos estão combatendo o narcoterrorismo - e marca mais uma demonstração de força do governo Donald Trump na região.
De acordo com o jornal Washington Post, análise feita nesta sexta-feira (16) de imagens de redes sociais mostraram que helicópteros de ataque MH-6 Little Bird e MH-60 Black Hawk também estavam sobrevoando o Mar do Caribe, a cerca de 145 quilômetros da costa venezuelana, nas proximidades de plataformas de petróleo e gás.
Símbolo da supremacia aérea dos EUA
Fabricado pela Boeing, o B-52 é considerado o bombardeiro mais emblemático da Força Aérea dos Estados Unidos. O modelo original entrou em operação em 1955, no auge da Guerra Fria, como parte da estratégia nuclear americana de dissuasão. Desde então, a aeronave passou por várias versões – de B-52A até B-52G -, cada uma recebendo melhorias estruturais, de desempenho e de armamento.
A variante atual, o B-52H Stratofortress, entrou em serviço em 1961 e é a única ainda com operação ativa. Segundo a Boeing, “o B-52 é o avião mais capaz de combate no inventário americano, oferecendo capacidade nuclear e convencional de ataque global imediato”.
A aeronave tem uma envergadura de 56 metros, pode carregar até 31,5 toneladas de armamentos – incluindo mísseis de cruzeiro, bombas inteligentes e minas – e voar a uma velocidade de até 1.046 km/h. Sua autonomia de voo ultrapassa 14 mil quilômetros, limite que pode ser ampliado com reabastecimento aéreo, o que lhe permite realizar missões intercontinentais sem necessidade de pouso.
Mais de 60 anos de serviço ativo
A Força Aérea dos EUA mantém 76 unidades do B-52H em operação, distribuídas entre as bases de Barksdale, na Louisiana, e Minot, na Dakota do Norte.
“Os B-52 continuam sendo um elemento essencial da estratégia de segurança nacional dos Estados Unidos”, afirma a Boeing em seu site oficial.
O modelo atual deve permanecer em uso até pelo menos 2050, após sucessivas atualizações em sistemas de navegação, comunicação e armamento. Durante sua trajetória, as versões do B-52 participaram de diversas campanhas militares, incluindo as guerras do Vietnã, do Golfo e do Iraque, além de missões contra o Estado Islâmico na Síria. Seu desempenho em missões de ataque e apoio aéreo levou o Pentágono a chamá-lo de “espinha dorsal” da capacidade estratégica americana.
Alerta no Caribe
O sobrevoo de bombardeiros B-52 perto da Venezuela ocorre em um momento em que o governo Trump vem intensificando sua presença militar no Caribe, reforçando patrulhas aéreas e navais sob o argumento de combater o narcotráfico e impedir a entrada de drogas em solo americano.