Dificuldade em localizar corpos põe acordo em risco e pressiona Hamas

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O cessar-fogo entre Israel e o Hamas enfrentou novas tensões na última semana, depois de o grupo extremista admitir dificuldades para localizar e retirar os corpos de reféns israelenses dos escombros na Faixa de Gaza. A troca de reféns faz parte da primeira fase do plano para pôr fim ao conflito na Faixa de Gaza.

O acordo de paz é mediado pelo Egito, Catar, Turquia e, principalmente, pelos Estados Unidos.


Cessar-fogo

  • O cessar-fogo entre Israel e o Hamas foi estabelecido durante a semana, mediado por Estados Unidos, Catar, Egito e Turquia.
  • O acordo prevê a troca de reféns israelenses por prisioneiros palestinos, que constitui a primeira fase do processo.
  • A segunda fase está sendo discutida, segundo o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que não forneceu detalhes sobre o plano.

O Hamas informou, na última quarta-feira (15/10), que entregou todos os corpos dos reféns israelenses sequestrados em 7 de outubro de 2023 aos quais teve acesso, além dos prisioneiros que ainda estavam vivos.

O grupo, no entanto, admitiu que pôde devolver apenas os corpos que conseguiu localizar na Faixa de Gaza. Até essa sexta-feira (17/10), Israel havia entregado os corpos de nove dos 28 reféns mortos em Gaza e libertado todos os 20 reféns vivos.

A demora na devolução dos corpos levou Israel a acusar o Hamas de violar o acordo.

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Prisioneiros palestinos libertados pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha entram na Faixa de Gaza de ônibus

Hasan N. H. Alzaanin/Anadolu via Getty Imagems

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FAIXA DE GAZA – 10 DE OUTUBRO: Palestinos carregando seus pertences retornam às suas casas após o acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza em 10 de outubro de 2025

Hassan Jedi/Anadolu via Getty Images

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Fumaça sobe sobre a Cidade de Gaza após um ataque israelense, visto de Nuseirat

Khames Alrefi / Anadol / Getty Images

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Brasil e outros países pedem proteção à flotilha que parte para Gaza

Reprodução/ Redes sociais

As acusações mútuas de violações e as pressões levantam dúvidas sobre a manutenção do cessar-fogo.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem ameaçado o grupo desde que passou a atuar como mediador. Na última quinta-feira (16/10), ele afirmou que, se o Hamas continuar matando pessoas na Faixa de Gaza, “não terá escolha a não ser entrar e matá-los”.

“Se o Hamas continuar a matar pessoas em Gaza, o que não era o acordo, não teremos escolha a não ser entrar e matá-los”, reforçou Trump.

Segundo o Hamas “é necessário um grande esforço e equipamentos especiais para localizá-los e retirá-los” e estão “empenhados em encerrar completamente este dossiê”.

Cessar-fogo em risco?

João Miragaya, mestre em História pela Universidade de Tel-Aviv, assessor do Instituto Brasil-Israel e membro do podcast Do Lado Esquerdo do Muro, afirmou ao Metrópoles que as chances de um recomeço da guerra são baixas. Segundo ele, um dos motivos seria a atuação do presidente dos Estados Unidos.

Para Miragaya, o governo Trump não pode apoiar o recomeço da guerra, já que isso iria “contrariar as demandas dos seus aliados do Oriente Médio, que são o Catar, a Turquia e o Egito”. Os países, juntamente aos Estados Unidos, foram os principais mediadores para alcançar o cessar-fogo na Faixa de Gaza.

O especialista afirma que por mais que o Trump possa ser imprevisível, a traição a esses países, é impensável nesse momento, o que torna as chances do retorno da guerra muito pequenas.

Pressão por próximos passos no cessar-fogo

Nessa sexta-feira (17/10), o Hamas emitiu um comunicado em que agradece os responsáveis por colaborar com o cessar-fogo e para que o Catar, a Turquia e o Egito ajudem a pressionar Israel para dar seguimento aos próximos passos do acordo.

A nota pede para que seja mantido os esforços para cumprir os termos propostos, entre eles a entrada de ajuda humanitária, a reabertura do cruzamento de Rafah e o início urgente da reconstrução de Gaza, incluindo moradias, hospitais, escolas e serviços públicos.

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