Trump usa CIA e bombardeiro nuclear para aumentar pressão sobre Maduro

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Os Estados Unidos intensificaram o cerco militar no Caribe e aumentaram o tom das ameaças contra o governo da Venezuela, liderado por Nicolás Maduro. Nesta semana, além de ataques contra embarcações, o presidente Donald Trump deu aval para a Agência Central de Inteligência (CIA) realizar “ações secretas e letais” no país e liberou o voo de um bombardeiro nuclear norte-americano na região do Caribe.


Cerco contra Maduro

  • Desde agosto, o governo dos EUA iniciou um cerco militar no mar do Caribe, e enviou navios de guerra e caças F-35 para a região.
  • A movimentação surge em meio a acusações contra o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro. Ele é apontado como chefe do cartel de drogas Los Soles. 
  • O Los Soles foi reclassificado, recentemente, como organização terrorista por Washington. 
  • A mudança na política externa norte-americana sobre o combate ao tráfico internacional de drogas é mais que uma retórica. Ela facilitou, por exemplo, que operações militares dos EUA fossem realizadas em outros países, sob a bandeira da guerra ao terror.

Na terça-feira (14/10), o líder norte-americano anunciou um novo bombardeio contra um barco na costa da Venezuela. Em um comunicado, Trump alegou que a embarcação estava sendo utilizada para transportar drogas, mas não apresentou provas da acusação. Seis pessoas, classificadas como “narcoterroristas”, teriam morrido durante a ação.

Veja o momento do ataque:

Cinco embarcações já foram atacadas por forças norte-americanas na região nos últimos meses. Todas apontadas por Washington como parte do tráfico internacional de drogas.

Um dias depois, um bombardeiro B-52, capaz de transportar armas nucleares, sobrevoou uma área próximo à costa da Venezuela. Além do BUNNY03, outros dois B-52 também decolaram rumo ao Caribe, onde fizeram voos regulares em formatos circulares antes de retornarem aos EUA.

Operações da CIA

Além da atividade militar nas proximidades da Venezuela, Trump revelou que também autorizou operações “secretas e letais” da Agência Central de Inteligência (CIA) no país liderado por Maduro.

Durante conversa com jornalistas na Casa Branca, o presidente norte-americano alegou que os objetivos seriam impedir a entrada de criminosos venezuelanos nos EUA, além de aumentar a pressão contra o tráfico internacional no Caribe.

A fala de Trump ocorreu após reportagem do The New York Times sobre o tema. Apesar da retórica de Trump sobre o tráfico de drogas, o jornal norte-americano afirmou que tais ações da CIA na Venezuela teriam como objetivo final a queda do governo de Maduro, contestado pela Casa Branca.

Resposta de Maduro

Em resposta à pressão da administração norte-americana, que oferece atualmente US$ 50 milhões de recompensa pela captura de Maduro, o presidente venezuelano ordenou uma mobilização militar massiva na capital Caracas e no estado de Miranda.

Segundo a mídia estatal do país, além de militares, civis e a Milícia Nacional Bolivariana da Venezuela também foram destacados para a região. O propósito, de acordo com o governo chavista, é a realização de exercícios que simulam a defesa territorial do país.

Além disso, Maduro rebateu as falas de Trump sobre a CIA, e condenou o que chamou de tentativa de “golpe de Estado” em curso.

“Não à guerra no Caribe. Não à mudança de regime, que nos lembro tanto as eternas guerras fracassadas no Afeganistão, no Irã, no Iraque”, disse o presidente venezuelano. “Não aos golpes de Estados dados pela CIA. A América Latina não os quer, não precisa deles e os repudia”.
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