Rei Charles inaugura primeiro memorial a militares LGBTQIA+ no Reino Unido

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O rei Charles participa da Cerimônia de Dedicação das Forças Armadas LGBT+ no National Memorial Arboretum em Alrewas, em Staffordshire. 27/10/2025 O rei Charles participa da Cerimônia de Dedicação das Forças Armadas LGBT+ no National Memorial Arboretum em Alrewas, em Staffordshire. 27/10/2025 (Phil Noble / POOL/AFP)

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O rei Charles III inaugurou nesta segunda-feira, 27, um memorial em homenagem a militares da comunidade LGBTQIAPN+. Trata-se do seu primeiro compromisso oficial em apoio a homossexuais, bissexuais e pessoas transgênero. Financiado pelo governo do Reino Unido, o monumento Open Letter (Carta Aberta, em português) presta um tributo a veteranos que foram afetados pela proibição militar britânica contra oficiais queer através de uma escultura de bronze que imita uma carta amassada com mensagens pessoais que foram usadas como evidência para incriminações.

O fim do preconceito formal no meio militar ocorreu em 2000, 33 anos após a homossexualidade masculina ter sido parcialmente descriminalizada na Inglaterra e no País de Gales. Até então, pessoas LGBT — ou que supostamente tinham trejeitos, uma ideia fincada na homofobia— eram alvo de investigações, demissões e, em alguns casos, prisão.

Em homenagem, Charles depositou flores no memorial, localizado no National Memorial Arboretum em Staffordshire. O rei, comandante-chefe das Forças Armadas do Reino Unido, vestia terno escuro com medalhas militares e um pingente cerimonial.

Momento em que o rei Charles III coloca flores no memorial Open Letter em Staffordshire. 27/10/2025 Momento em que o rei Charles III coloca flores no memorial Open Letter em Staffordshire. 27/10/2025 (Phil Noble / POOL/AFP)

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Em entrevista à emissora britânica Sky News, Claire Phillips, uma brigadeira lésbica que se juntou ao Exército em 1995, quando o impedimento ainda estava em vigor, contou ter ficado emocionada com o design do memorial, projetado pelo coletivo de artistas Abraxas Academy. Ela definiu a iniciativa como “uma maneira incrível de representar pessoas que foram tão incrivelmente prejudicadas pela proibição”.

“Este projeto usa as palavras de nossos veteranos e militares para descrever como foi a sensação de estar sujeito à proibição… para iniciar esse processo de reconciliação”, afirmou ela à Sky News. “Estou profundamente honrada por estar aqui hoje.”

O primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, disse que o memorial “é uma homenagem duradoura à bravura e ao serviço desses veteranos”. A inauguração segue recomendações de uma investigação independente encomendada pelo governo britânico, que relatou abusos sistêmicos, incluindo agressão sexual, no militarismo. Vítimas poderão receber uma reparação financeira de até 70 mil libras (mais de R$ 502 mil). Outras medidas que já foram implementadas envolveram perdões a condenações criminais, uma fita especial para veteranos LGBT+ afetados pela restrição e o retorno de medalhas e boinas aos discriminados.

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