O elogio de Trump a Milei (e a si mesmo) após vitória nas eleições da Argentina

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Donald Trump e Javier Milei (14/10/2025) Donald Trump e Javier Milei (14/10/2025) (Kevin Dietsch/Getty Images)

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, desferiu elogios ao seu aliado Javier Milei nesta segunda-feira, 27, após o partido do líder argentino vencer as eleições legislativas fincadas no meio de seu mandato presidencial, visto como um referendo a respeito dos dois primeiros anos de governo. O resultado surpreendeu a imprensa da Argentina, uma vez que a popularidade do ocupante da Casa Rosada estava em queda e a campanha de seu partido, A Liberdade Avança, foi marcada por escândalos. O americano, bem ao seu modo, não escondeu quem acredita estar por trás do fenômeno: ele próprio.

Dias antes do pleito, Trump concedeu ao governo argentino um empréstimo de estonteantes US$ 40 bilhões — que o líder americano havia condicionado ao bom desempenho do mileísmo nas urnas. Nos últimos meses, para evitar a desvalorização do peso, a Casa Rosada queimou suas reservas em dólares, mesmo após tomar um empréstimo de US$ 20 bilhões (dos quais US$ 14 bilhões já foram desembolsados) do Fundo Monetário Internacional (FMI). Por isso, foi forçado a recorrer a Trump.

À bordo do Air Force One, voltando da viagem à Malásia (onde se encontrou com Lula), o presidente americano ofereceu seus parabéns a Milei, caracterizando o desempenho dos candidatos pela Liberdade Avança como uma “vitória esmagadora”. Mas enfatizou que o argentino teve “muita ajuda” de Washington.

“Ele teve muita ajuda nossa. Ele teve muita ajuda. Eu lhe dei um apoio, um apoio muito forte”, disse ele, também dando crédito a alguns dos membros de seu governo, incluindo o secretário do Tesouro, Scott Bessent, que supervisionou a assistência financeira à Argentina.

Trump acrescentou que “ganhamos muito dinheiro com essa eleição”. “Os títulos subiram. A classificação da dívida de todos eles subiu”, comemorou, acrescentando em seguida que os Estados Unidos “não estavam nisso pelo dinheiro, em si”.

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Com mais de 95% dos votos apurados, A Liberdade Avança obteve 40,84% dos votos em todo o país, no pleito que foi visto como um referendo sobre os quase dois anos de mandato do autoproclamado anarcocapitalista. A oposição peronista, Força Pátria, obteve 31,67% de apoio.

Embora o resultado não garanta maioria no Congresso para Milei (ela permanece com os peronistas), a vitória indica um cenário mais positivo para o presidente, uma vez que terá o mínimo necessário de assentos na Câmara para sustentar seu método de governo por meio de decretos — mas com a cautela do público ante a um possível retorno à crise econômica de governos anteriores, segundo analistas.

O resultado foi considerado um giro de 180 graus. A popularidade do presidente caiu nos últimos meses devido a cortes nos gastos públicos, o aumento do dólar e também a um escândalo de corrupção ligado à sua irmã, Karina. O governo havia minimizado as expectativas em relação ao pleito, considerando qualquer resultado entre 30% e 35% dos votos satisfatório — especialmente após o revés de Milei nas eleições provinciais de Buenos Aires em setembro, quando perdeu para os peronistas por catorze pontos percentuais.

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