Mulher é presa por suspeita de matar travesti a facadas no ES

Uma mulher, identificada como Luciana Coutinho da Costa, de 35 anos, foi presa sob suspeita de assassinar uma travesti com 17 golpes de facadas em uma casa de prostituição, no bairro Jardim Limoeiro, na Serra, Grande Vitória (ES). As informações foram divulgadas pela Polícia Civil do Espírito Santo (PCES) nesta quinta-feira (16/10).

De acordo com autoridades, Milena, de 23 anos, foi morta pela Luciana após um furto de celular dentro do prostíbulo administrado pelo namorado da suspeita. O crime ocorreu no dia 26 de setembro de 2022, mas a suspeita só foi detida quase três anos depois, em 12 de setembro.

Luciana, suspeita do crime, e Milena, travesti assassinada

Segundo o chefe da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Serra, o delegado Rodrigo Sandi Mori, a demora na identificação e captura se deu porque a suspeita, no momento do crime, estava vestida com roupas masculinas, o que dificultou o reconhecimento nas imagens de segurança.

“Embora ela estivesse se vestindo com roupas masculinas, dá para observar que é uma mulher. Tivemos uma enorme dificuldade em identificar essa mulher em razão dela ser muito temida ali na região do Copo Sujo, do bairro Jardim Limoeiro”, disse o delegado.

No registro das câmeras de segurança, Milena aparece caminhando pela rua quando é surpreendida pela suspeita, que parte para o ataque. Instantes depois, a vítima tenta fugir, mas cai e morre no local.

Durante as investigações, agentes mapearam mulheres que frequentavam a região e apresentavam características físicas semelhantes à pessoa registrada nas imagens.

“Como complexão física, pernas grossas, quadril largo, jeito de andar, de caminhar, até chegarmos na Luciana. Intimamos algumas testemunhas que frequentam o local e, ao serem ouvidas na delegacia e também ao analisar, ao verem as imagens, as testemunhas reconheceram a Luciana”, disse Sandi Mori.

Entenda dinâmica do crime

Na época, Milena teria feito um programa com um cliente e, ao fim do encontro, furtado o celular dele. Em seguida, tentou vender o aparelho a outras pessoas. O furto teria irritado Luciana, que temia que a presença da polícia na região prejudicasse o funcionamento da casa de prostituição administrada por seu namorado.

Segundo a investigação, Luciana vestiu roupas pretas, prendeu o cabelo, colocou um boné e pegou um facão antes de sair em busca da vítima. Ao encontrá-la nas proximidades da Caixa Econômica Federal, desferiu 13 golpes de facão no tórax e nas costas.

Em seguida, voltou a atacar, atingindo Milena com mais quatro golpes no rosto e nas laterais da cabeça.

“Após desferir os 17 golpes de facão, a Luciana ainda arrasta o corpo da vítima por alguns metros na tentativa de tirar o corpo da vítima da rua. Porém, ela desiste da ação e larga o corpo da vítima”, declarou o delegado.

Luciana foi indiciada por homicídio qualificado por motivo torpe, meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima. Ela já tinha passagens por furto e tráfico de drogas, e negou envolvimento no crime durante depoimento.

De acordo com a PCES, a suspeita está presa em um presídio da Grande Vitória e responde a uma ação penal pelo assassinato.