
O deputado Carlos Zarattini, relator da "MP da Taxação", e o senador Renan Calheiros. (Foto: Lula Marques/Agência Brasil)
Apuração em andamento
A comissão mista aprovou nesta terça-feira (7) o relatório elaborado pelo deputado Carlos Zarattini (PT-SP) para a Medida Provisória 1303/25 que aumenta impostos para compensar a revogação do aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). O placar foi apertado: 13 votos a favor e 12 contra.
Prevista para ocorrer de manhã, a análise do relatório foi adiada para a tarde e só começou pouco depois das 17h. Parlamentares da oposição tentaram adiar a votação, mas o senador Renan Calheiros (MDB-AL), presidente do colegiado, descartou essa possibilidade.
A medida é considerada fundamental para fechar as contas do próximo ano, porém, o governo Lula (PT) aceitou a desidratação do texto para conseguir salvar R$ 15 bilhões. A expectativa inicial, entre arrecadação e renúncia fiscal, era de R$ 35 bilhões para os cofres públicos.
Agora, o Executivo corre contra o tempo para salvar parte da MP, que perderá a validade nesta quarta-feira (8). A votação já foi adiada diversas vezes pelo colegiado. O texto ainda precisa passar pelos plenários da Câmara e do Senado.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se reuniu nesta segunda-feira (6) com o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), e com líderes partidários em busca de consenso sobre a medida.
Nesta tarde, o líder do PT, deputado Lindbergh Farias (RJ), afirmou que ainda não há acordo para aprovar a MP. Segundo o petista, há um movimento de partidos de oposição para prejudicar o governo e “cavar uma crise no país com um forte impacto fiscal”.
Antes do início da reunião, Calheiros afirmou que o Senado não iria aprovar a proposta com as mudanças da Câmara. Ele disse que os senadores não foram comunicados sobre a mudança na taxação das bets feita pelo relator.
“Não se pode aprovar uma MP, seja qual teor for, com o que foi discutido apenas na Câmara. Como vai aprovar nas duas Casas, se só debateu em uma? Sou contra essa redução [da taxação das bets]. O Senado precisa passar pela discussão, não vamos homologar uma decisão da Câmara”, criticou.
Originalmente, o texto previa o aumento da tributação sobre o faturamento das plataformas de apostas esportivas, as bets, de 12% para 18%. Diante da resistência de setores do Congresso, ele manteve a alíquota atual.
Zarattini também propôs o aumento da taxação sobre o rendimento de Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs) e Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) de 5% para 7,5%, mas voltou atrás após pressão da bancada do agronegócio e do Congresso.