Mais um golpe de oficiais do Exército contra o Brasil

3 dias atrás 16
Sessão plenária do Supremo Tribunal Federal (STF) em 11 de junho de 2025 Sessão plenária do Supremo Tribunal Federal (STF) em 11 de junho de 2025 (Gustavo Moreno/STF)

Continua após publicidade

Em plena “Era da informação”, cinco oficiais militares atuaram para garantir a desinformação na chamada trama golpista, que resultou, em última instância, no 8 de janeiro. É o que apontou o procurador-geral da República, Paulo Gonet, nesta terça-feira, 14, ao pedir a condenação dos sete réus do chamado núcleo 4. O julgamento é importantíssimo e tem valor histórico.

Segundo a PGR, é no núcleo da desinformação onde a tentativa de golpe se inicia. São esses sete acusados, incluindo dois civis, que teriam recebido a ordem do então presidente Jair Bolsonaro e demais aliados, a criar um ambiente disposto a gerar desinformação contra as instituições democráticas, incluindo, o Supremo Tribunal Federal, o Tribunal Superior Eleitoral e o sistema das urnas eletrônicas.

“Foi por meio da contribuição deste núcleo de acusados que a organização criminosa elaborou e disseminou narrativas falsas quanto o processo eleitoral, quanto os poderes funcionais e as autoridades que os representam, dando surgimento e impulso à instabilidade social ensejadora da ruptura institucional”, destaca Gonet na acusação.

São acusados de integrar o núcleo 4:

Ailton Moraes Barros, ex-major do Exército;
Ângelo Denicoli, major da reserva do Exército;
Carlos Cesar Moretzsohn Rocha, presidente do Instituto Voto Legal;
Giancarlo Rodrigues, subtenente do Exército;
Guilherme Almeida, tenente-coronel do Exército;
Marcelo Bormevet, agente da Polícia Federal;
Reginaldo Abreu, coronel do Exército.

Continua após a publicidade

Cinco deles, oficiais militares.

Não é a primeira vez que o Exército Brasileiro usa a desinformação para gerar pânico social e inflar o medo da instauração de uma suposta ditadura de esquerda. É o modus operandi das Forças Armadas para destituir a democracia.

Em 1964, oficiais militares disseminaram que João Goulart era comunista. A partir da consolidação deste ambiente de medo, o golpe foi dado para a tomada do poder pela extrema-direita por 20 anos. João Goulart nunca foi comunista, longe disso; ele foi trabalhista.

Continua após a publicidade

A tradição golpista militar vem desde a fundação da República: passa por 1922, com a revolta contra a eleição de Artur Bernardes; em 1924, na tentativa de derrubar o governo do presidente Artur Bernardes; em 1935, período de repressão que culminou com a implantação do Estado Novo, em 1937, e findou com a redemocratização e a deposição de Vargas, em 1945; em 1955, na tentativa contra Juscelino Kubitschek, até 1964, que foi o momento mais sombrio da nossa história desde o genocídio dos povos indígenas e a escravização do povo negro.

Que os envolvidos sejam julgados e punidos pelos crimes que são acusados: tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.

As condenações não apagarão o passado, mas reforçarão uma mensagem essencial para o futuro: no Brasil, não há espaço para golpistas.


Ler o Artigo Completo