Coceira, vermelhidão, bolinhas que lembram espinhas e, às vezes, dor. Esses são sintomas comuns da foliculite, uma inflamação nos folículos pilosos que pode parecer banal, mas afeta o bem-estar — especialmente em áreas como virilha, axilas e barbas. O problema é mais comum do que se imagina e, segundo o dermatologista Raul Cartagena Rossi, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, a boa notícia é que com cuidados simples e consistentes, dá para controlar e até evitar totalmente os episódios.
“A foliculite pode ser causada por bactérias, fungos ou até pelo atrito constante com roupas apertadas e suor. Em alguns casos, o uso de cosméticos muito oleosos também contribui”, explica o médico.
O que está por trás da foliculite?
A inflamação ocorre quando o folículo, estrutura da pele onde nasce o pelo, fica irritado ou contaminado. Isso pode acontecer por diferentes motivos e muitos estão no cotidiano: roupas sintéticas, lâminas de barbear mal higienizadas, depilação com cera e excesso de suor, principalmente em regiões abafadas.
Segundo Dr. Raul, o problema se manifesta com pequenas pústulas (ou pápulas) que lembram espinhas e podem causar desconforto e inflamação local. “É preciso atenção principalmente se as lesões forem recorrentes ou doloridas, pois nesses casos o tratamento médico é essencial”, reforça.

Hábitos que fazem a diferença
Trocar tecidos sintéticos por roupas mais leves, manter a pele limpa e seca, evitar o reaproveitamento de lâminas e optar por produtos comedogênicos são atitudes simples que ajudam — muito — na prevenção. “Esfoliar a pele com suavidade uma ou duas vezes por semana também ajuda a evitar pelos encravados, mas o excesso pode irritar”, alerta Dr. Raul.
A depilação é outro ponto sensível. Tanto a lâmina quanto a cera podem causar microlesões e abrir portas para bactérias. Nesse sentido, segundo o médico, a depilação a laser surge como opção mais segura, já que reduz o número de pelos e, com eles, os episódios de foliculite.
“Se for depilar ou barbear, higienize bem a pele antes e depois, use lâminas novas e aplique produtos calmantes depois, como loções com aloe vera ou pantenol”, recomenda o dermatologista.
Quando é hora de procurar ajuda?
Foliculites leves costumam melhorar com medidas simples. Mas nos casos mais graves ou persistentes, o dermatologista pode prescrever antibióticos tópicos ou orais, em caso de infecção bacteriana, ou antifúngicos, quando a causa for fúngica. Já em quadros crônicos, tratamentos com laser são indicados para reduzir a reincidência.
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E se a dúvida for sobre produtos específicos, Raul recomenda investir em sabonetes com ácido salicílico ou peróxido de benzoíla, além de loções calmantes que cuidem da pele sem obstruir os poros.
“O segredo está na consistência dos cuidados e na atenção aos sinais da pele. Quanto antes agir, mais fácil evitar complicações como manchas ou cicatrizes”, finaliza.