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Ministro da Casa Civil no governo de Jair Bolsonaro, o senador Ciro Nogueira (PP-PI) sempre foi conhecido como um negociador hábil. Formado em direito e deputado federal quatro vezes, ele está em seu segundo mandato de senador e é herdeiro de uma família com larga tradição na política.
Em 2026, sua prioridade não é disputar a reeleição para o Senado, mas ser escolhido vice numa chapa à Presidência formada por integrantes do Centrão, grupo do qual é um dos líderes. Não será fácil, diante da enormidade de interesses em jogo.
Para alcançar seu objetivo, Ciro aposta na proximidade com Bolsonaro, que está inelegível e foi condenado a 27 anos e três meses de prisão. O sonho do senador é conseguir do capitão a bênção para ser vice numa chapa encabeçada pelo governador de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas.
O problema é que há vários interessados em representar a direita na corrida presidencial nas duas funções da chapa. E os postulantes não estão de acordo, por enquanto, com os planos de Ciro Nogueira, que passou a ser contestado internamente e até publicamente.
Fogo amigo
No ultimo dia 12, Ciro Nogueira criticou o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) por atuar nos Estados Unidos em favor do tarifaço imposto às exportações brasileiras e das sanções a ministros do Supremo Tribunal Federal, medidas que, segundo o Zero Três, pressionariam pela aprovação da anistia de Bolsonaro
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“Foi um prejuízo muito grande. Eu não condeno o Eduardo porque eu não sei o que que eu faria se meu pai tivesse sendo injustiçado, mas foi um prejuízo gigantesco para o nosso projeto político”, disse Nogueira em entrevista para a TV Bandeirantes.
O deputado respondeu prontamente, insinuando que o senador só pensa em ser vice de Tarcísio, deixando de lado a ofensiva pela anistia de Bolsonaro e jogando pesado para que o sobrenome do capitão não esteja na urna.
“O prejuízo foi gigantesco para o seu plano pessoal, não se pode confundir o seu interesse com o do Brasil. Compadeço com o seu sentimento, pois também foi um grande prejuízo para mim, a diferença é que estou disposto a sacrificar os meus interesses pessoais pelo Brasil”, disse Eduardo Bolsonaro.
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A movimentação de Ciro Nogueira também incomoda o senador Flávio Bolsonaro, que já disse a VEJA duas vezes que não existe chapa presidencial sem o sobrenome Bolsonaro. Ele insiste que o pai será o candidato, apesar da condenação e da inelegibilidade. Se o cabeça de chapa for Tarcísio de Freitas, Ciro Nogueira não seria o vice, se depender de alguns integrantes do clã Bolsonaro.
Faltou ‘combinar com os russos’
Muitos políticos querem concorrer à presidência e à vice-presidência da República. A lista de candidatos inclui outros governadores com altos índices de aprovação, como os de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), de Minas, Romeu Zema (Novo), e do Paraná, Ratinho Júnior (PSD).
Caiado, em entrevista nas Páginas Amarelas de Veja, deu uma estocada no plano de Ciro Nogueira de querer escolher a próxima chapa presidencial. “Como o candidato a vice vai definir o presidente? O que levou o Ciro Nogueira a isso foi a ansiedade, o desespero de não ter base para se reeleger senador. É posição de final de carreira”, disse Ronaldo Caiado.
Vários nomes são cotados para o posto de vice. Entre eles, a senadora Tereza Cristina (PP-MS), colega de partido de Ciro Nogueira, e até a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. A definição de toda a chapa aguarda uma sinalização de Bolsonaro, que, a depender das articulações, pode fazer com que seu ex-ministro, como disse Caiado, seja obrigado a enfrentar uma dura campanha ao Senado pelo Piauí.
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