No comunicado, a sigla classificou a decisão como ‘inaceitável e deplorável’, afirmando que as ações norte-americanas não possuem base legal nem respaldo em qualquer tipo de procedimento investigativo
Mateus Bonomi/Agif - Agência de Fotografia/Estadão Conteúdo

PT reafirmou sua defesa dos princípios de não ingerência e de autodeterminação dos povos
A Executiva Nacional do PT divulgou nesta quarta-feira (15) uma nota oficial criticando duramente a autorização do governo dos Estados Unidos para que a CIA realize operações secretas na Venezuela. Segundo o partido, a medida representa uma “afronta à soberania” do país sul-americano e uma “violação do direito internacional”.
No comunicado, a sigla classificou a decisão como “inaceitável e deplorável”, afirmando que as ações norte-americanas não possuem base legal nem respaldo em qualquer tipo de procedimento investigativo. O PT também reafirmou sua defesa dos princípios de não ingerência e de autodeterminação dos povos.
A nota provocou repercussão imediata no cenário político. O advogado e comentarista Luís Augusto Durso avaliou que o Brasil deveria evitar se envolver em disputas dessa natureza. “É o típico conflito do qual não devemos participar. Não há lado certo: Maduro mantém um regime ditatorial, mas os Estados Unidos também não têm autoridade para agir como polícia mundial”, afirmou.
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Durso ponderou ainda que o posicionamento do PT pode gerar desgaste político para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) , especialmente por sua aproximação recente com o presidente venezuelano Nicolás Maduro. “Apoiar ou demonstrar simpatia por uma ditadura nunca é positivo, e isso pode respingar na imagem de Lula”, disse.
O analista também destacou que, embora o governo americano tenha autorizado operações da CIA, não há declaração formal de guerra nem movimentações militares dentro do território venezuelano. “Enquanto isso não acontece, o ideal é esperar”, concluiu.
Sobre o papel da ONU no episódio, Durso avaliou que a entidade tem poder limitado diante de conflitos internacionais. “A ONU emite notas e sanções, mas sua capacidade de interferir efetivamente em guerras é muito reduzida”, afirmou.